Funk invade Carnaval e domina festas de Momo no Nordeste
Há pelo menos cinco anos, os ídolos da Axé Music estão disputando com cantores de outros ritmos o “hit do carnaval”, aquela música que se torna “a cara” do período carnavalesca e não para de tocar. Agora, além dos sucessos baianos, melodias oriundas do funk e do sertanejo começam a invadir a festa.
Uma prova disso, é a presença em massa dos sucessos do momento nos trios elétricos que animam os foliões em Salvador, que acabam virando palco para as apresentações dos artistas.
Para este ano, a promessa é de que dois hits dominem a festa de momo. São elas, “Que tiro foi esse”, da carioca Jojo Todynho, e “Envolvimento”, da MC Loma. Ambas são interpretadas por garotas jovens, entre 15 e 20 anos, com raízes em comunidade, que se transformaram em músicas chicletes.
Segundo o chefe do departamento de música da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Carlos Anísio, este fenômeno acaba se dando pela presença em massa das letras nas mais diversas mídias.
“Isso está ligado com a quantidade de vezes que essa música é executava nos meios de comunicação, virando uma mantra de repetição que a pessoa não consegue ficar imune de ao menos conhecer a música”, pontuou.
A maioria dessas músicas acabam usando termos pejorativos, inclusive usando a sensualidade. Mas, é necessário ressaltar que não é de hoje que isso ocorre. De acordo com o professor, nos bailes de carnavais do século passado estavam recheados de marchinhas com letras de duplo sentido.
“Essa coisa da sátira da música mais picante, sempre existiu. Hoje se você pegar qualquer funk tem que falar de bunda e de chão. Parece que virou fixação”, concluiu.
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