Temer pode nomear embaixador um investigado por corrupção
Michel Temer estuda nomear o senador e atual chanceler Aloysio Nunes Ferreira (PSDB) para a Embaixada do Brasil em Paris. Segundo o colunista Elio Gaspari na Folha de S. Paulo deste domingo, 18, Temer faria a mudança ao apagar das luzes de seu governo, retribuindo a “lealdade” que recebeu do tucano.
“Uma vez em Paris, quase certamente ele seria mantido pelo novo presidente”, diz Gaspari. O colunista diz também que o retorno de Aloysio Nunes a Paris contará uma grande história.
“Em 1968, ele chegou à França fugindo da polícia. Era o ‘Mateus’, eventual motorista de Carlos Marighella e participara de dois assaltos. Durante um breve período, ele foi o embaixador da Ação Libertadora Nacional na França. Na sua segunda embaixada, Nunes Ferreira não passará pelas ansiedades de ‘Mateus’”, diz ele.
“Aloysio sabia da propina”
O ex-diretor da OAS para obras do Rodoanel Sul em São Paulo, Carlos Henrique Barbosa Lemos, sugeriu que a empreiteira pagou propina ao ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como ‘Paulo Preto’, com o conhecimento do então chefe da Casa Civil Paulista e atual chanceler Aloysio Nunes Ferreira, a título de “caixa de campanha” e pelo intermédio da empresa Legend Associados, do empresário Adir Assad.
“Ao perceber que Aloysio Nunes Ferreira seguiu especificamente aquilo que havia sido informado por Paulo Vieira de Souza, o depoente não teve dúvidas de que este (Paulo Vieira de Souza) de fato falava em nome do governo de São Paulo”, registra o termo de declarações do ex-diretor da OAS, já remetido à Procuradoria-Geral da República (PGR).
Segundo o relato de Lemos, que busca acordo de delação premiada e prestou depoimento espontâneo no ano passado ao grupo de inquéritos da Polícia Federal (PF) que conduz investigações de políticos com foro no Supremo Tribunal Federal (STF), “Paulo Vieira de Souza exigia que todas as empreiteiras efetuassem o pagamento a título de formação de caixa de campanha no valor de 0,75% sobre cada recebimento da Dersa”. A Dersa é uma empresa de economia mista para logística e transportes controlada pelo governo do Estado de São Paulo.
O ex-diretor da OAS contou que os supostos valores pagos a Paulo Preto eram posteriormente lançados no centro de custo da obra, e que ele sabia que o setor financeiro da OAS utilizava doleiros para disponibilizar a entrega de dinheiro ao então diretor da Dersa.
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