Coluna do Evaldo Gonçalves: Subversão Imperdoável…

Evaldo Gonçalves é da APL e do IHGP
Neste carnaval de tantas subversões, uma foi protagonizada que não tem perdão. A par de assaltos a turistas que foram recepcionados nos aeroportos; de tiroteios trocados, no Rio de Janeiro, entre bandidos e policiais; sacrilégios com alusões a divindades e cultos religiosos. Enfim, foram pródigas as ofensas a costumes e princípios sociais e morais.
Todavia, uma subversão extrapolou todos os limites: bandidos se travestiram de Palhaços, e, com tal disfarce, roubaram foliões desarmados, que aplaudiam os desfiles das Escolas e Blocos carnavalescos, que desfilavam nas avenidas deste Brasil a fora.
O simples ato do assalto, a mão armada, já é crime gravíssimo. A subversão maior desse criminoso protagonismo foi se utilizar da Máscara de Palhaço, uma instituição consagrada nos Circos e Ruas deste País para divertir crianças, adolescentes e idosos em assaltos e roubos, contra inocentes, que, presentes ás festas carnavalescas, jamais imaginariam que pudessem ser vítimas de tamanha selvageria.
Em nome de todos os Palhaços deste País, sobretudo dos que me divertiram, quando da minha infância, e da de inúmeros adolescentes de Sumé, Puxinanã e Campina Grande, venho, de público, lamentar tal subversão, e protestar diante desse imperdoável ultraje à Memória dos profissionais do Riso sadio, e das Piadas inofensivas, que tanto bem fizeram, e fazem, às comunidades do Mundo e do Brasil.
É verdade que nenhuma das leves arbitrariedades cometidas durante o Carnaval que findou deve ser aplaudida ou perdoada. Não. No máximo, podem ser toleradas em nome das naturais permissividades de há muito admitidas nas festas carnavalescas. Esta, porém, da utilização das máscaras de Palhaços para facilitar assaltos e extorsões constituiu, lamentavelmente, uma destruição perversa de sonhos e ilusões benfazejos, próprios da tradição representativa da presença dos Palhaços na Memória das crianças brasileiras. Fica aqui o protesto, e que protagonistas de tão tristes cenas recebam a punição merecida.
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