10 anos sem Canhoto da Paraíba: conheça lei que ajuda artistas
Conheça lei que ajuda artistas paraibanos e leva nome do músico
Lei Canhoto da Paraíba garante auxílio financeiro a mestres e mestras das artes na Paraíba. Francisco Soares de Araújo morreu em Pernambuco, aos 82 anos, em 2008.
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Canhoto da Paraíba, em show do Projeto Pixinguinha, de 1978 (Foto: Funarte/Acervo público)
Há exatos dez anos, em 24 de abril de 2008, a cultura brasileira perdia um dos seus maiores nomes. O cantor paraibano Francisco Soares de Araújo, o Canhoto da Paraíba, morreu em Paulista, em Pernambuco, aos 82 anos, vítima de um infarto. Nascido em Princesa Isabel, no Sertão paraibano, “Canhotinho” chamou atenção pelo talento com o violão – e por usá-lo de forma invertida, devido ao fato de dedilhar com a mão esquerda.
Em 1958, saiu da Paraíba e passou a morar em Pernambuco, onde viveu por 50 anos. Durante sua carreira, fez parcerias com artistas como Pixinguinha, Radamés Gnattali, Paulinho da Viola, Jacob do Bandolim e Zimbo Trio. Ao longo da vida, lançou os discos “Único Amor” (1968), “O Violão Brasileiro Tocado pelo Avesso” (1977), “Pisando em Brasa” (1993), e a coletânea “Instrumental no CCBB- Canhoto da Paraíba e Zimbo Trio” (1993).
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Capas dos álbuns de Canhoto da Paraíba (Foto: Montagem: Diogo Almeida/G1)
Canhoto da Paraíba parou de tocar aos 72 anos, em 1998, quando sofreu um acidente vascular cerebral que paralisou o lado esquerdo do corpo. Seis anos depois, foi homenageado com uma lei em seu nome. Promulgada em dezembro de 2004, a Lei nº 7.694, conhecida como “Lei Canhoto da Paraíba”, visa proteger e valorizar os conhecimentos, fazeres e expressões das culturas tradicionais paraibanas.
- O Conselho Estadual de Cultura (Consecult/PB) e o Governo da Paraíba são responsáveis pela publicação do edital que atualiza a lista. De acordo com o documento, o título é oferecido para pessoas que fazem a cultural popular, em áreas como dança, brincadeira, música, folguedo, arte visual e outras atividades, e que por tradição oral receberam e repassam para as novas gerações – assim como fez Canhotinho.
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Cátia de França é uma das beneficiadas pela Lei Canhoto da Paraíba (Foto: Thercles Silva/Divulgação)
Os nomes dos candidatos são indicados pela Assembleia Legislativa da Paraíba, pelo Conselho de Proteção dos Bens Históricos Culturais (Conpec) e por entidades sem fins lucrativos sediadas no estado.
O último edital da Lei Canhoto da Paraíba foi publicado em 2017. Com a concessão do título, os Mestres e Mestras das Artes recebem o reconhecimento da arte, bem como um valor correspondente a dois salários mínimos mensais como forma de amparar os artistas em suas atividades.
Os recursos devem ser utilizados apenas pelos mestres e mestras, seja para comprar roupas, instrumentos, materiais de artes, bem como para o conforto, mobilidade e outras ações que promovam bem estar pessoal, cultural e para a saúde. Em contrapartida, os artistas devem transferir seus conhecimentos e técnicas a alunos e aprendizes, por meio de programas de ensino e aprendizagem organizados pela Secretaria de Educação e Cultura.
Lista atual de Mestres e Mestras das Artes – Canhoto da Paraíba
- Cátia de França (Cantora, compositora e instrumentista)
- Mestre Clóvis (Babau “Teatro de Bonecos”)
- Mestre Valentim (Marcheteiro)
- Indaiá (Ceguinha de Campina Grande)
- Coroné Chico Tripa (Quadrilheiro)
- Chico Pedrosa (Poeta)
- Geraldo Mousinho (Cantor de embolada de coco)
- Benedito do Rojão (Cantor, compositor e percussionista)
- João Gonçalves (Cantor e compositor)
- Zé Altino (Xilogravurista)
- José Enoch Ramos (Bailarino)
- Zé Hermínio (Rabequeiro)
- Zé de Cazuza (Poeta e escritor)
- Baixinho do Pandeiro (Músico)
- Mestre Duduta (Instrumentista, compositor e luthier)
- Dona Lindalva (Bonequeira)
- Manoel Alexandre Filho (Artista plástico)
- Lucinha dos Bichos (Artesã)
- Dona Zefinha (Artesã)
- Oliveira de Panelas (Poeta, repentista e cantador)
- Poroca (Ceguinha de Campina Grande)
- Sávio Max Sobreira Rolim (Ator)
- Teca do Coco de Roda (Cantadora)
- Cachimbinho (Cantador de embolada de coco)
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