Consulta: Horário de verão é polêmica no Brasil e no mundo
União Europeia fez consulta pública. Ministério de Minas e Energia parou de divulgar o quanto o Brasil economiza de energia porque é um valor pequeno.
O horário de verão termina no dia 17 de fevereiro e está longe de ser uma unanimidade. Consenso nunca houve. Há quem adore.
“A gente tem oportunidade também de aproveitar esse sol aqui no fim do dia de expediente. Trabalha o dia todo, então acho que é importante”, diz o empresário Rafael de Melo.
E muita gente detesta. Imagine quem madruga para não deixar faltar o pão do café da manhã.
“Temos que ser os primeiros a levantar. Aí fica complicado porque quando os clientes chegam tem que estar tudo pronto”, afirma Silas de Oliveira, que é chefe de confeitaria.
Edson Rosa, o dono da padaria, diz que não percebe economia de energia no horário de verão e que a conta chega a R$ 5 mil. Até porque ele teve que adaptar o negócio a um padrão melhor.
“A gente aumentou equipamento, maquinário, a estrutura da loja aumentou, então acaba consumindo mais energia”, explica Edson.
Da mesma forma que no comércio, nas casas o padrão do consumo de energia também mudou. Nos últimos oito, dez anos as famílias têm mais equipamentos: ar-condicionado, micro-ondas, máquinas de lavar, e a economia de energia no horário de verão ficou cada vez menor.
O Ministério de Minas e Energia, desde 2017, nem divulga mais quanto o país economiza porque é um valor pequeno.
Quando começa nosso horário de verão, termina o dos Estados Unidos. Lá, a população também se divide sobre a necessidade da mudança e, na Europa, o horário diferente acabou em outubro. O assunto virou a consulta pública com maior participação da União Europeia: 84% querem o ano inteiro com um horário só. O principal argumento é que a alteração nos ponteiros duas vezes por ano prejudica a saúde.
No Brasil, os especialistas dizem que manter o horário de verão só faz sentido quando se olha para a situação dos reservatórios usados para a geração de energia. Hoje, o nível do subsistema Sudeste-Centro-Oeste, o mais importante, está em menos de 20%.
“Hoje a gente está com um período é de bandeira amarela, mês passado, bandeira vermelha, então os reservatórios não vão atingir os limites adequados. Então, qualquer economia de energia é bem-vinda nessa situação hídrica que a gente se encontra atualmente”, disse Luciano Duque, professor de engenharia do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB).
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