Dupla ataca escola em Suzano, mata oito pessoas e se suicida
Entre as vítimas, estão alunos do ensino médio e funcionários, além do proprietário de uma loja próximo ao local. Há registro de nove feridos; assassinos eram ex-alunos do colégio.
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Um adolescente e um homem encapuzados atacaram a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), na manhã desta quarta-feira (13), mataram sete pessoas e cometeram suicídio em seguida. Antes do ataque, eles assassinaram o proprietário de uma loja da região.
Os assassinos, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Henrique de Castro, de 25, eram ex-alunos do colégio. Também há registro de nove feridos – o estado de saúde deles não foi divulgado.
Cinco dos mortos são alunos do ensino médio, com idade entre 15 e 17 anos, de cordo com o secretário de Segurança Pública de SP. Entre as vítimas, há ainda duas funcionárias do colégio, uma delas a coordenadora. O dono de uma locadora de veículos próximo ao local, que era tio de um dos assassinos, foi morto pouco antes do ataque à escola.
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Luiz Henrique de Castro (à esquerda) e Guilherme Taucci Monteiro (à direita), este em imagem feita na infância, os assassinos que atacaram escola em Suzano nesta quarta-feira (13) — Foto: Arquivo pessoal
Ataque à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano
Um vídeo feito por câmera de segurança mostra o momento em que os dois criminosos chegam à Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na manhã desta quarta.
Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Henrique de Castro, de 25, eram ex-alunos da instituição Eles estavam em um carro branco alugado, estacionaram em frente ao portão do colégio e entraram pela porta da frente, que estava aberta.
“Eles ingressaram na escola, atiraram na coordenadora pedagógica, atiraram numa outra funcionária. Estava na hora do lanche, eles se dirigiram ao pátio, atiraram em mais quatro alunos do ensino médio”, disse o coronel Marcelo Salles, comandante-geral da PM.
“Nesse horário, só havia alunos do ensino médio, e [os assassinos] dirigiram-se ao centro de línguas. Os alunos do centro de línguas se fecharam na sala com a professora e eles [os autores do ataque] se suicidaram no corredor.”
De acordo com o Secretário de Segurança Pública de SP, João Camilo Pires de Campos, os assassinos se mataram logo depois de se deparar com um grupo de policiais que já havia chegado ao interior da escola.
O assassinato do tio do assassino
O coronel Salles afirmou que, antes de entrar na escola, os criminosos passaram por uma loja de automóveis próximo ao colégio. O proprietário do estabelecimento, chamado Jorge Antonio de Moraes, foi baleado por Guilherme, que era seu sobrinho, e morreu. Moraes levou três tiros – um deles no peito.
“Policiais estavam indo para esse primeiro chamado e ouviram gritos das crianças. Foram, então, até a escola, onde os dois criminosos acabaram se matando”, disse a capitão Cibele, da comunicação da PM.
Dentro da escola, a polícia encontrou:
- um revólver 38;
- quatro jet luders, que são plásticos para recarregamento de arma;
- uma besta (um tipo de arco e flecha que dispara na horizontal);
- um arco e flecha tradicional;
- garrafas que aparentam ser coquetéis molotov;
- um dos autores do ataque tinha uma espécie de machado na cintura.
- há ainda uma mala com fios.
O esquadrão antibombas foi chamado e não encontrou material explosivo no local.
As vítimas na escola
Cinco alunos e duas funcionárias da Escola Estadual Raul Brasil foram mortos no ataque.
Os alunos que morreram são:
- Pablo Henrique Rodrigues
- Cleiton Antônio Ribeiro
- Samuel Melquíades Silva de Oliveira
- Douglas Murilo Celestino
- Caio Oliveira
As funcionárias que morreram são:
- Eliana Regina de Oliveira Xavier
- e Marilena Ferreira Vieira Umezo (que seria coordenadora pedagógica)
Os assassinos, que cometeram suicídio, são:
- Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos
- e Henrique de Castro, de 25 anos
O dono da loja morto antes do ataque é:
- Jorge Antonio de Moraes
Os feridos são:
- Leticia Melo Nunes
- Samuel Silva Felix
- Beatriz Gonçalves
- Anderson Carrilho de Brito
- Murilo Gomes Louro Benite
- Jennifer Silva Cavalcanti
- Leonardo Vinicius Santana
- Adna Bezerra
- Guilherme Ramos
Sem informações sobre a motivação
O coronel Fábio Pelegrini, da Comunicação Social da PM, informou que a polícia ainda não divulgou se os autores do massacre têm registro de crimes anteriores.
A polícia não tem informações sobre a motivação do crime.
“Provavelmente um ato que foi premeditado. Eles entraram na escola equipados, com máscara. A gente não tem ainda essa motivação, não tem a correlação do motivo e do ato feito”, afirmou o coronel Pelegrini.
Relatos de testemunhas
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Rosni Marcelo Grotliwed, estudante de 15 anos, disse que o ataque ocorreu durante o intervalo e que um dos criminosos tinha uma arma e outro, uma faca.
“A gente estava na merenda e comendo normal e escutamos ‘três pipocos’ nisso tentamos correr para pular o muro do CEL. Os caras vieram atrás de nós e começou a matar muita gente. Mas o pente dele descarregou e foi na hora que a gente correu.”
Rosni disse que um dos assassinos passou com faca ao seu lado, mas conseguiu desviar. “Fui para a diretoria, e tinha muita gente morta no chão. Eles gritavam, mas eu não entendi o que era”, lembrou.
“Meu amigo levou facada no ombro e outro levou um tiro. Fugi com um amigo para minha casa e voltei para buscar um amigo.”
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A merendeira Silmara Cristina Silva de Moraes, de 54 anos, contou queajudou a esconder 50 estudantes na cozinha.
“Nós estávamos servindo merenda e aí começou os ‘pipoco’ e as crianças entraram em pânico. Abrimos a cozinha em começamos a colocar o maior número de crianças dentro e fechamos tudo e pedimos para eles deitarem no chão”, contou ela, chorando.
“Foi muito desesperador, porque foi muito tiro, muito tiro mesmo e era muito pânico”.
O governador de São Paulo, João Doria, cancelou a agenda do dia e chegou à escola em um helicóptero, acompanhado do secretário Estadual de Educação, Rossieli Soares da Silva, do secretário de Segurança, general João Camilo Pires de Campos, e do comandante da PM, o coronel Salles. Doria disse que estava “muito impactado”.
“Foi a cena mais triste que já assisti em toda a minha vida. Fico muito triste que um fato como este ocorra em São Paulo, ocorra no Brasil. Estou consternado, chocado”, afirmou o governador.
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Atendimento a vítimas e famílias
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O Corpo de Bombeiros e equipes do Samu estão no local. Bombeiros de Mogi das Cruzes também foram chamados, às 9h50, para apoiar o atendimento. O helicóptero Águia, da PM, sobrevoou a escola. Toda a polícia de Suzano está mobilizada no caso.
A Prefeitura de Suzano informou que as equipes da Defesa Civil, do Trânsito, da Segurança Cidadã, da Assistência Social e do Fundo Social de Solidariedade estão dando suporte no local para as famílias.
A Associação Cultural Suzanense, o Bunkyo, localizado na avenida Armando Salles de Oliveira, Centro, será ponto de acolhida para familiares, enquanto aguardam informações, e também para receber a imprensa.
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