Exército fiscaliza quem cruza fronteira por rotas clandestinas
Em barreira, militares brasileiros revistam bagagens e abordam pessoas que cruzam de forma clandestina a fronteira com a Venezuela, fechada desde 21 de fevereiro. Exército afirma que ação visa coibir delitos na linha de fronteira.
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Segundo o coronel do exército José Jacaúna, a medida visa reforçar a fiscalização entre os dois países e deve ser mantida até a reabertura da fronteira, o que não tem previsão para acontecer. O posto é semelhante a um outro que funciona na saída de Pacaraima e onde há revista de bagagens, carros e se exige a apresentação de documentos pessoais.
A barreira dos militares não tem horário de funcionamento definido. O bloqueio pode ser montado várias vezes durante o dia ou pode ficar por 24 horas.
Após o enfrentamento entre civis e militares venezuelanos nos dias 23 e 24 de fevereiro, foi criada uma área de segurança na fronteira. É um espaço de quase 300 metros onde está impedida a aglomeração de pessoas e onde também foram colocados cones e faixas de isolamento.
A expectativa era de que a passagem entre os dois países, bloqueada por ordem do presidente venezuelano, fosse permitida a partir de quinta-feira da semana passada (28), o que ainda não ocorreu.
Mesmo com a fronteira fechada do lado venezuelano, muitas pessoas continuam a sair e entrar do país por rotas clandestinas em meio à mata. Parte delas fica no entorno da própria BR-174 e é comum que depois de cruzar a fronteira por esses caminhos e burlar o bloqueio de homens da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), os venezuelanos entrem no Brasil pela própria rodovia onde também há um centro de triagem e é possível pedir ingresso regular no país.
O Exército disse ainda, em nota, que o novo posto de bloqueio visa coibir os delitos na linha de fronteira e que é “uma ação comum às ações de controle da fronteira, dentro de um contexto de normalidade”. (Leia a nota na íntegra abaixo)
A fronteira foi fechada por Nicolás Maduro na noite do dia 21, antes da tentativa do Brasil e dos EUA de atravessarem remédios e comida a pedido de Juan Guaidó, líder opositor e autodeclarado presidente da Venezuela.
Nesta segunda, Guaidó voltou à Venezuela para participar das manifestações contra o governo de Maduro. Ele foi recebido por uma multidão no Aeroporto de Maiquetía, que atende a capital, e depois foi até uma praça onde era esperado por seus apoiadores.
O retorno do opositor de Maduro contraria ordem judicial que o proibia de deixar o seu país. Durante a última semana, ele se reuniu com os presidentes de Colômbia, Brasil, Paraguai, Argentina e Equador.
Nota do Exército:
O posto de controle estabelecido nas proximidades do BV-8, na BR-174, tem por finalidade coibir os delitos transfronteiriços em faixa de fronteira.
Nesse sentido, o referido posto realiza o controle de entradas no país, por meio da revista de pessoas, bagagens e veículos.
Trata-se, portanto, de uma ação comum às ações de controle da fronteira, dentro de um contexto de normalidade.
O local foi escolhido para a instalação do posto por permitir o controle da entrada das pessoas no município de Pacaraima, haja vista que o posto estabelecido na Sefaz controla o movimento de Pacaraima para Boa Vista.
Os próprios militares que realizam patrulhamento e outras ações de segurança no município mobiliam esse posto.
Não há, portanto, mudança nas ações de acolhimento das pessoas que chegam à cidade.
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