Polícia investiga Neymar por divulgação de fotos íntimas

A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, vai investigar Neymar pela divulgação de imagens íntimas da mulher que o acusa de estupro. O órgão confirmou a investigação, que já teve o auxílio de uma diligência do 110º Distrito Policial (Teresópolis).
No sábado (1º), ao se defender de uma acusação de estupro, o jogador publicou um vídeo na rede social Instagram declarando sua inocência.
Ao fim do vídeo, ele exibiu o que seriam conversas por WhatsApp com a mulher posteriores à data em ela afirma ter sido estuprada (15 de maio). Entre as frases, aparecem imagens dela nua ou seminua —com o rosto e partes íntimas borradas.
O artigo 218-C do Código Penal tipifica como crime “oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir ou divulgar por qualquer meio —inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática– […], sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia”.
A pena prevista é de reclusão de um a cinco anos, “se o fato não constitui crime mais grave”. A pena, porém, é aumentada de um terço a dois terços “se o crime é praticado por agente que tenha mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim de vingança ou humilhação”.
O delegado da DRCI, Pablo Sartori, pretende ouvir Neymar sobre a divulgação das imagens e fazer uma perícia em seu telefone, já que as fotografias foram editadas para a colocação dos borrões. A ideia é também periciar o celular da mulher, cujo nome não foi divulgado no boletim de ocorrência em que foi feita a acusação de estupro.
Na manhã deste domingo (2), o delegado do 110º DP, Bruno Gilaberte, foi até a Granja Comary, onde treina a seleção brasileira, em Teresópolis, buscar informações sobre Neymar. O jogador ainda não havia voltado de um período de folga, concedido a todos os atletas que se preparam para a disputa da Copa América, e não foi ouvido.
Chegou-se à conclusão de que o atacante não estava em Teresópolis quando gravou o vídeo no sábado, motivo pelo qual o caso não ficou com o 110º DP. Os representantes da CBF que receberam a Polícia Civil não informaram onde estava o jogador, e o caso ficou com a DRCI.
As investigações no Rio de Janeiro e em São Paulo ocorrem de forma paralela. No Rio, é pela divulgação das imagens, enquanto o inquérito referente à acusação de estupro está em São Paulo.
A mulher que fez a acusação diz ter conhecido Neymar pela rede social Instagram e o encontrado no hotel Sofitel Paris Arc Du Triomphe, no dia 15 de maio. Ela afirma que o jogador apareceu embriagado, tornou-se agressivo e, mediante violência, teve relação sexual contra sua vontade.
No mesmo vídeo em que divulgou as imagens íntimas, Neymar nega as acusações. “É necessário abrir e expor para provar que realmente não aconteceu nada demais”, disse o atleta. “O que aconteceu nesse dia foi uma relação entre homem e mulher, dentro de quatro paredes, algo que acontece com todo casal. No dia seguinte, não aconteceu nada demais, a gente continuou trocando mensagem”, declarou.
Já o pai de Neymar, Neymar Santos, afirmou em entrevista à TV Bandeirantes que seu filho foi vítima de extorsão. Ele afirmou ter se encontrado com representantes da mulher, que lhe pediram dinheiro para que ela ficasse calada. “Está claro que foi uma armadilha”, disse.
VEJA A NOTA DIVULGADA PELA ASSESSORIA DE IMPRENSA DE NEYMAR
“Comunicado Oficial
Foi divulgado hoje, há algumas horas, uma noticia envolvendo o Atleta Neymar Jr., sob a acusação de estupro.
A suposta vítima, inclusive, registrou Boletim de Ocorrência, amplamente divulgado na imprensa.
Apesar de ter ficado surpreso com a notícia, os fatos já eram de conhecimento do Atleta e do seu estafe, tendo em vista que há poucos dias foi vítima de tentativa de extorsão, praticada por um advogado da cidade de São Paulo, que, segundo a sua versão, representava os interesses da suposta vítima.
Os advogados do atleta foram imediatamente comunicados e desde então estão adotando todas as providências pertinentes.
Diante do infeliz, ilegal e ultrajante acontecimento, repudiamos completamente as injustas acusações e, sobretudo, a exposição na imprensa de uma situação extremamente negativa.
Todas as provas da tentativa de extorsão e da inexistência de estupro serão apresentadas à Autoridade Policial oportunamente.”
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