Luxemburgo vê exagero em críticas ao Palmeiras: “Perseguição”
Depois de uma semana turbulenta, com pressão e críticas por um melhor futebol, o Palmeiras voltou a vencer na manhã deste domingo, ao bater o Bragantino, por 2 a 1, fora de casa.
E, após a partida, o técnico Vanderlei Luxemburgo falou sobre a cobrança que ele e a equipe vêm recebendo. O treinador admite que o Palmeiras precisa melhorar, mas vê um exagero nas críticas.
– Com as críticas eu não tenho problema. Mas há muito tempo eu acho que há um exagero muito grande. São críticas exageradas para um time que só perdeu dois jogos no ano, foi campeão paulista, campeão na Flórida, tem a defesa menos vazada… Ninguém quer enxergar as coisas positivas.
– Houve um exagero muito grande nas críticas. As críticas que não estamos jogando bem, procedem. Não tem problema nenhum. Precisamos melhorar. Mas muitas críticas têm perseguição, de tempos em tempos. A gente sabe como funciona. Acho algumas um exagero e outras temos que conviver com elas – avaliou.
O treinador também valorizou o trabalho realizado no Palmeiras e se disse novamente incomodado com a cobrança “exagerada”.
– Estamos o caminho certo, sem dar resposta a ninguém, temos a nossa resposta interna. Tudo isso que acontece pertence ao futebol. Mas é importante refletirem que há um exagero muito grande, que com poucas rodadas, nada presta. E o Palmeiras não pode entrar nisso de que nada presta, a gente vem de conquista, mesmo não jogando bem. É melhor ganhar não jogando bem do que perder jogando bem. O exagero incomodou. Porque mesmo com muitos anos, nunca vi um exagero tão grande como esse que existiu nesse momento do Palmeiras – disse.
Luxemburgo elogiou Gabriel Veron, que voltou após seis meses e foi decisivo para a vitória, com um gol e uma assistência.
– O Veron já entrou diversas vezes, tem mais experiência. Estava fazendo falta, eu queria que ele voltasse. Ele tem o drible, a finalização, quebra linhas… Ele promete muito. Precisamos contar com ele – declarou.
Na coletiva, o treinador também falou sobre a utilização dos jovens e projetou o clássico contra o Corinthians, entre outros assuntos. Confira:
Atuação dos jovens
– O Gabriel Menino já um jogador que vem jogando, mas fora do setor dele, estava vindo pelo lado, Hoje usei na lateral porque precisava de mais lado de campo, tanto que ele dá o passe do gol. Ele é versátil, tem força física muito boa. O Wesley merecia uma oportunidade. A gente dá a chance para mostrar. Ele acertou, errou, mas isso gera uma preocupação no adversário. É normal, um velocista como ele, tem vezes que eu falei pra ele dar o tapa antes e ganhar na velocidade. Ele não foi brilhante, mas nada pra descartar. Ele está bem no grupo e aperfeiçoando.
Avaliação de Wesley
– Ele vem treinando bem e merecia a chance. Eu joguei 11h da manhã, fiz mudanças pra ter um meio mais enxuto, mais inteiro. O Patrick tem 20 anos, pode jogar e mesmo assim ele cansou. Ele morreu, por isso tirei. Danilo entrou, ele tem as mesmas características, dá dinâmica, ele não sabe onde tá e joga, Maracanã, Allianz, tem potencial. A gente tinha que ter paciência para levar o jogo até o fim. Eles acharam um gol. Contra o Inter, fez a gente virar a chave. Foi muito pouco tempo para empatar e quase viramos. Estamos no caminho certo. Agora vamos descansar e preparar para o clássico.
Momento do ataque
– Temos uma defesa sólida, os volantes sólidos e temos de encaixar mais pra frente. Luiz Adriano de área, tenho o Veron, o Wesley, Lucas Lima mais na beirada agora… Começa a ter um desenho diferente para seguir. Agora tenho que ajustar. hoje conseguimos encontrar a frente com mais facilidade que no jogo passado. Mas tem a ver com a intensidade forte do Inter. Hoje fugimos, saímos jogando… Hoje os dois da frente trocavam de lado para poder mexer com a bola. Foi um jogo que houve mais encontro da equipe.
Projeção do clássico
– Vamos colocar os caras no pijama-training. Descansar, é um clássico importante, eles têm um dia a mais de descanso. Vamos a partir de terça pra preparar o time. É um clássico importante, vamos jogar na casa deles.
400 jogos pelo Palmeiras
– Marca boa, histórica, é o clube com o qual me identifico desde lá de trás. Compreendo o torcedor, eles invadem meu Instagram, metem a porrada, mas também elogiam. Entendo o torcedor. Vão falar que eu estava certo de colocar o Veron (risos). Mas tem que entender. Eles têm que ter paciência. Senti que o Veron não está legal ainda. Pode cansar, sentir um pouco a perna. Tem de ter essa sensibilidade.
Poder de reação do elenco
– Contra o Inter já conseguimos o empate, hoje estávamos jogando melhor que eles e eles acharam o gol. Aí eu logo entrei em campo e pedi calma, falei que tinha muito tempo de jogo ainda. Eu tinha as trocas. Dá pra mudar 50% do time. Isso dá jogo. Eu renovei o meio de campo. Eu ia renovar ou com três marcando, se estivesse ganhando, ou abrindo mais. Eu abri mais o time. Tudo é bom para eles e para o Palmeiras, que segue com um jogo a menos, se ganharmos a gente encosta na parte de cima da tabela.
Utilização dos garotos
– Eu sempre botei muito garoto para jogar. Como o menino do Vasco, o Talles. Ele estava lá no treino, driblando, jogando, com 16 anos. Eu perguntei quem era, pedi pra ficar comigo e botei no clássico com o Flamengo, ele foi lá e jogou. Essa molecada hoje não tá nem aí. O Palmeiras é referência na base. Se eles vão dar continuidade ou não, não sei. Mas tem que dar oportunidade. Hoje foi a chance do Danilo, já carimbei o Gabriel Silva. Estamos mesclando, são seis jogadores, quase 30% do elenco. Isso é muito bom.
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