Em último no grid, Fittipaldi ajuda companheiro em classificação
Estreante e responsável por representar a bandeira do Brasil na F1 após uma seca de quase três anos, Pietro Fittipaldi fez seu primeiro treino classificatório na categoria, com a Haas, no GP de Sakhir, neste sábado. Por causa da opção do time de trocar componentes do motor do seu carro, o piloto foi punido com 15 posições no grid largará em último – de toda forma seu tempo (55s426) já o colocaria nesta posição de largada.
Assim, a sessão serviu para o piloto dar mais um passo na evolução no seu trabalho para a estreia neste domingo no Bahrein. Já sabendo da posição de largada, a equipe usou Pietro para dar vácuo ao companheiro Kevin Magnussen em busca de uma boa posição de largada.
– Eu adoro fazer a classificação, sair com o pneu novo e com o carro no melhor desempenho possível. A equipe fez uma estratégia do meu carro dar o vácuo para o Kevin (Magnussen) no meu segundo e terceiro jogos de pneus. Era o certo a se fazer já que independente do tempo que eu registrasse a gente largaria em último por conta das punições. Estou aqui para fazer o melhor trabalho para a equipe, eu tentei ajudar o Kevin a passar para o Q2 e ficamos muito perto disso. Em todo caso, ótimo fazer minha primeira classificação na F1. Agora quero seguir bastante focado para a corrida amanhã – explica.
Pietro Fittipladi dá uma escapada na pista em treino livre para o GP do BahreinVettel dá uma escapadinha na curva em treino livre
E a ajuda foi importante, já que Magnussen ficou perto de classificar no Q2 entre os 15 melhores – perdendo a vaga para a segunda fase da classificação por menos de um décimo de segundo. O trabalho em equipe foi elogiado pelo chefe da Haas, Guenther Steiner.
– Nós tivemos um terceiro treino livre sólido para começar o dia. Na classificação, eu acho que realmente tiramos o melhor proveito disso, trabalhando em equipe. O Pietro (Fittipaldi) tentou ajudar o Kevin (Magnussen) a entrar na Q2 – que ele não entrou por pouco. Tentamos algo como uma equipe e o Pietro realmente fez um bom trabalho ao tentar ajudar o Kevin. Sabíamos que ele (Pietro) tinha a penalidade de 15 posições no grid de qualquer maneira, então decidimos isso sabendo que ele seria o último no grid de qualquer maneira. Muito obrigado ao Pietro por seu trabalho hoje junto com Kevin. Agora vamos para a corrida de amanhã e veremos a oportunidade que nos espera – diz Guenther.
O brasileiro ainda recebeu elogios do seu engenheiro quando retornou ao box ao final do Q1.
– Realmente impressionante todo o seu final de semana, fazendo um progresso gradual e evoluindo. Bom trabalho – ouviu piloto do clã Fittipaldi no rádio de seu engenheiro.
Campeão da World Series em 2017, Fittipaldi possui experiência nos carros das principais categorias do automobilismo mundial, como F1, Fórmula E, WEC, Super Fórmula Japonesa e DTM. Piloto de testes e reserva da Haas, o brasileiro acumulou mais de 2.500 km em treinos com os carros de 2018 e 2019 da equipe americana na F1. Em 2020, o brasileiro ainda não havia acelerado o carro da equipe antes desta sexta-feira. Por conta do acidente de Romain Grosjean no GP do Barei, no último domingo, Fittipaldi teve a oportunidade de estrear na categoria.
-Agradeço muito essa oportunidade que a Haas está me dando para estar aqui, então preciso cumprir meu trabalho como piloto e fazer o meu melhor. Nós pegamos muito tráfego nessa pista durante os treinos porque ela é curta, então você tem que sair do box e, logo na volta seguinte, você tem apenas uma volta para cravar o seu melhor tempo com os pneus. Eu tentei fazer o meu melhor, fiz o que era melhor para a equipe e agora é decidir a melhor estratégia para amanhã junto com a Haas – diz.
Com a estreia de Pietro na F1, a família Fittipaldi passa a ser a única na história da categoria a ter quatro pilotos com no mínimo um GP na carreira. Além de Pietro, seu avô bicampeão mundial de F1 Emerson, Christian e Wilson Fittipaldi também fazem parte dessa história.
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