Polícia Federal investiga cárcere privado de pernambucana na Bolívia
Após o resgate da pernambucana de 19 anos mantida em cárcere privado na Bolívia, a Polícia Federal (PF) inicia uma nova fase da investigação. Depois de chegar ao Recife na madrugada desta sexta-feira (29), a jovem foi reconduzida à sua família e deve ser ouvida por policiais.
“A gente trabalhou para trazê-la de volta o mais rápido possível, e aí a investigação entra numa segunda fase, que implica nessa entrevista, para que ela conte detalhes para que a gente chegue ao aliciador e ao traficante de pessoas”, afirmou a delegada Luciana Martorelli, chefe da delegacia de imigração da PF em Pernambuco.
Apesar de a investigação depender do depoimento da jovem e de seus familiares mais próximos, a PF acredita que o esquema pode envolver mais brasileiros em situação de cárcere.
“Não se monta um esquema de tráfico internacional para traficar uma pessoa. É possível que haja um esquema maior, inclusive em outras cidades, mas a gente ainda não tem essa informação com concretude”, disse a delegada.
Ainda de acordo com a delegada, a jovem estava em cárcere privado há cerca de uma semana em um hotel em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. As informações sobre as condições do local e o tipo de proposta feita para a jovem devem ser apuradas pela Polícia Federal.
“Nesse primeiro momento, o foco da polícia era localizar a moça e libertá-la, caso ela estivesse em cativeiro, como ela efetivamente estava. Não tem condições de a gente, numa situação como essa, fazer esse tipo de entrevista, de quem pegou, de como foi”, declarou Luciana.
A operação teve início após a mãe da jovem ter procurado a Polícia Federal, relatando o desaparecimento da filha (veja vídeo abaixo).
“Foi acionada a representação regional da Interpol aqui, que entrou em contato com o representante da PF junto à embaixada do Brasil. Ele nos ajudou no contato com a polícia boliviana. Conseguimos contato com ela [jovem presa], ela conseguiu dizer onde estava, e a polícia boliviana chegou rapidamente ao local e a resgatou”, contou a delegada.
Após o resgate, a vítima foi levada à delegacia da PF em Corumbá (MS), cidade na fronteira com a Bolívia, e recebeu acolhimento junto a órgãos de proteção a mulheres vítimas de violência. Ela seguiu para Campo Grande para pegar um avião para Guarulhos (SP) e, por fim, chegou ao Recife.
A delegada explicou que é interessante desconfiar de propostas de emprego muito vantajosas feitas pela internet. Procurar informações sobre a empresa em sites ou por telefone pode ser o primeiro passo para comprovar a veracidade da vaga. “Não dá para confiar totalmente em quem está do outro lado da tela”, afirmou.
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