Vacina contra a Covid-19: efeitos e eficácia a favor da vida

Paraíba recebeu 114.880 doses da Coronavac e Monteiro 345.

Vacina contra Covid-19 começa na Paraíba
O tão sonhado Dia D, afirmado pelo ministro da Saúde Eduardo Pazuello, chegou, e cidades e estados já começaram a vacinar seus habitantes, de acordo com o plano estabelecido pelo Ministério da Saúde. A Paraíba recebeu 114.880 doses da Coronavac e Monteiro 345.
Embora seja motivo de felicidade para a maior parte dos brasileiros, a vacinação ainda causa medo em 22% da população, que não pretende se vacinar contra o coronavírus, fato que pode atrasar a completa cobertura da população, já que precisamos atingir pelo menos o número de 70% da população imunizada.
Efeitos adversos da vacina
Segundo o pneumologista Sebastião Costa, os efeitos colaterais da vacina Coronavac ou qualquer outra vacina de proteção à Covid-19 são muito semelhantes a todas as outras vacinas, em especial, a antigripal, aplicada todos os anos em pessoas acima de 60 anos.
Os efeitos colaterais são febre baixa, reação no local da aplicação, como inchaço e vermelhidão. Outro bem menos frequente é uma reação alérgica sem grandes consequências. E um efeito raríssimo é uma reação anafilática, que é o clímax da reação alérgica.
“O cidadão que está contestando a vacina, pensando nos seus efeitos colaterais, no dia que ler a bula do AAS, nunca mais toma esse medicamento útil contra dor e febre, largamente usado por todos os habitantes do mundo inteiro”, disse Sebastião Costa. Ele também afirmou que todos os medicamentos têm, em maior ou menor intensidade, efeitos colaterais, e qualquer vacina está dentro desse raciocínio
Eficácia da Coronavac
O pneumologista Costa ainda tranquiliza a população, falando sobre os benefícios da Coronavac. “Apesar de ter apenas 50,4/% de eficácia geral, a eficácia da vacina é praticamente completa em proteger as formas graves da doença, que correspondem a 20% de todos os casos diagnosticados.” Ele complementa, dizendo que são esses casos que levam o paciente para o hospital, para o oxigênio, para a UTI, para o necrotério.
Efeitos pós-Covid-19
Um problema que deve ser observado com relação à Covid-19 é o período posterior à doença. “Um estudo japonês refere 47% dos pacientes que ultrapassaram os 14 dias de sintomatologia da covid, apresentando cansaço fácil, que se intensifica no esforço. Esse é o sintoma mais comum na nossa rotina de atendimento em consultório”, declara Sebastião Costa. Ele ainda informa: “alguns também referem dor torácica e outros mantêm o que nós chamamos de tosse pós-infecção, comum às infecções bacterianas e outras viroses, como a Influenza ou o resfriado comum”.
Resistências e expectativas sobre a doença
Assim como toda doença, há pessoas mais resistentes ou susceptíveis de contrair a covid. “Vários estudos apontam para as pessoas com sangue tipo A serem mais susceptíveis a contrair a covid. Não só isso, esses pacientes apresentam também com mais frequência a forma grave da doença. Por outro lado, esses mesmos estudos indicam os portadores de sangue 0 com menos probabilidades de desenvolver a covid”, explica o pneumologista.
Questionado sobre as expectativas sobre a volta da normalidade, o pneumologista disse ser difícil ter uma resposta concreta. “Estamos num momento em que o Rt ( se 100 infectados infectam mais 100 pessoas o Rt é 1,0; se infectam 110 = 1,1) continua em ascensão e, infelizmente, temos uma parcela da população sem a devida consciência da necessidade de manter o distanciamento social e o uso de máscaras, muitas vezes estimulados por discursos politizados, mais comprometidos com as eleições de 2022, do que com o controle da pandemia”.
Sebastião Costa ainda disse que outra má notícia vem de uma pesquisa Datafolha, a qual indica que 22% da população brasileira está desestimulada para tomar a vacina. O país precisa vacinar pelo menos 70% dos brasileiros, número necessário para a proteção do total da população.
Covid-19 pior que a Gripe Espanhola?
Em dezembro de 2020, o ex-ministro da saúde Nelson Teich afirmou no Twitter que a Covid-19 é a pior pandemia que o Brasil já viveu, superando a gripe espanhola. Com relação a essa informação, Sebastião Costa comenta: “a gripe espanhola atingiu com toda força o continente europeu, até porque ela surgiu em meio à Primeira Guerra Mundial e a Europa, como se sabe, foi o palco central daquele conflito. Com uma observada nas estatísticas de mortalidade daqueles anos de 1918-1919, vamos encontrar números alarmantes de mortalidade: 40 a 50 milhões de óbitos”.
“Mas aqui no Brasil, fala-se em apenas 35 mil brasileiros que não resistiram a agressividade da infecção. Se comparado com os 210 mil que já se foram vitimados pela covid e considerando que estamos ainda sem expectativas reais de controle da pandemia, vamos deduzir que o ex-ministro tem absoluta razão no seu raciocínio”, finaliza.
Covid-19 nas crianças
Segundo o pneumologista, a enzima conversora da angiotensina tem um papel importante no desenvolvimento da Covid-19, porque uma proteína do vírus se agrega a essa enzima para iniciar o processo da infecção. A criança tem essa enzima em dimensões diferente do adulto.
“Outra hipótese está vinculada à imaturidade imunológica. As ações lesivas nos pulmões estão bastante relacionadas com o processo de resposta do sistema imunológico às agressões do vírus e a criança pela imaturidade imunológica tem essa resposta reduzida, não produzindo, portanto, a chamada ‘tempestade de inflamação’ com a mesma intensidade que ocorre no adulto”, assegura Sebastião Costa.
Cuidados devem ser mantidos
Vale salientar que no período pós-vacinal, as pessoas precisam tomar consciência de que os cuidados de isolamento social e uso de máscaras devem ser mantidos. De acordo com o pneumologista, as pessoas já vacinadas, se estiverem com o vírus, não vão desenvolver a Covid-19, mas ainda podem transmitir para os ainda não vacinados.
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