Projeto ideal para Ceni, Red Bull incomoda SPFC, mas ainda busca afirmação

Uma realidade quase utópica para os padrões do futebol brasileiro. Essa é a avaliação feita por Rogério Ceni para explicar a evolução do Bragantino desde o início da parceria com a Red Bull em 2019. Ao ser questionado sobre as qualidades do adversário do São Paulo de hoje (23), pelo Brasileirão, o treinador apontou uma combinação peculiar de fatores como diferencial para o projeto do clube, novo rico, do interior.
“O time é bom, tem dinheiro, tem investimento, gasta R$ 150 milhões, contrata um monte de jogador, você escolhe o jogador que você quiser, o treinador está há um ano e meio, o gramado é bom, não tem pressão. Porra… os caras são bons”, disse Ceni, em entrevista coletiva, depois do empate do São Paulo com o Juventude, pela Copa do Brasil.
A capacidade de investimento mudou o rumo do Bragantino desde o início da parceria. O clube havia acabado de subir para a Série B do Brasileirão quando se uniu à Red Bull. Com alto poder financeiro, priorizou a busca por jovens jogadores e montou um elenco que, no terceiro ano de projeto, já tem uma final de Copa Sul-Americana no currículo e chegou à Libertadores.
Dentre as contratações feitas nesse período, as quatro maiores somam R$ 107,9 milhões gastos: Bruno Praxedes (Inter) por R$ 35,9 milhões, Artur (Palmeiras) por R$ 25 milhões, Cleiton (Atlético-MG) por R$ 23 milhões e Helinho (São Paulo) por R$ 24 milhões.
“Se você não formar um time bom assim, como é que você vai formar? Eles têm qualidade, têm um ótimo treinador [Maurício Barbieri], provavelmente tem uma boa estrutura de treinamento. Você pega times tradicionais que acabam ficando fora de semifinal de Campeonato Paulista, e o Bragantino está lá. Isso já, por si só, mostra que é um time com dinheiro, investimento, jogadores de qualidade”, prosseguiu Ceni.
Outra etapa do processo
As contratações de altos valores colocaram o Red Bull Bragantino em evidência, mas bater de frente com os times considerados grandes é um desafio ainda em processo. Diante dos quatro principais times paulistas, a equipe do interior só tem um retrospecto positivo contra o próprio São Paulo desde o início da parceria.
O Tricolor do Morumbi costuma sofrer nas mãos do Bragantino. Foram sete jogos, com cinco vitórias, um empate e apenas uma vitória são-paulina. Diante dos outros rivais, há equilíbrio contra Corinthians (duas vitórias, três empates e duas derrotas) e Santos (nenhuma vitória, cinco empates e uma derrota) e uma vida complicada contra o Palmeiras (três vitórias, um empate e seis derrotas).
O Palmeiras, inclusive, tem sido o responsável por atrapalhar os planos do Bragantino no estado de São Paulo. As duas equipes se enfrentaram no mata-mata das duas edições do Paulistão, com o time alviverde levando a melhor em ambas.
Projeções x tempo real
Apesar da fala de Rogério Ceni, o Red Bull Bragantino ainda não pode dizer que vive uma situação esportiva tão melhor do que a do São Paulo. Em 2020, a despeito de toda a frustração pela campanha que não atingiu o título, o time do Morumbi terminou o Brasileirão na quarta posição, enquanto a equipe do interior paulista ficou em décimo. No ano seguinte, os papéis se inverteram: sexto lugar para o Bragantino e 13º para o São Paulo —um time tirou o pé no segundo turno para se focar na Sul-Americana, enquanto o outro batalhou duramente para fugir do rebaixamento.
Dentro do Estado, vantagem para o Tricolor: quadrifinalista em 2020, campeão em 2021 e finalista de 2022. No mesmo período, o Bragantino caiu nas quartas de final duas vezes (2020 e 2021) e na semifinal de 2022.
As duas equipes já se enfrentaram uma vez nesse ano, com o Red Bull Bragantino vencendo dentro de casa por 4 a 3, no início da primeira fase do Paulistão. Agora, se reencontram, mais uma vez no Nabi Abi Chedid, pela terceira rodada do Brasileirão. O duelo acontece às 16h30 (de Brasília).
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