Estou surpreso, afirma general Dias, sobre declaração de Lula no caso das câmeras do Planalto
- 22 de abril de 2023
O general Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse que ficou surpreso com as declarações do presidente Lula sobre as imagens internas do Palácio do Planalto.
Conforme a imprensa, Lula disse aos seus outros ministros se sentiu traído ao ver as gravações de Dias circulando pelo local em 8 de janeiro, quando vândalos depredaram os prédios dos Três Poderes. Ao ser interpelado sobre o assunto, o general respondeu: A imprensa veicula o que quer.
Segundo as reportagens, Lula teria pedido a Dias o acesso à câmera do circuito interno que estava posicionada no corredor que dá para o gabinete presidencial, no Planalto. No entanto, o então ministro teria alegado que a câmera estava quebrada e que, por isso, não havia imagens daquele local durante os atos de depredação do 8 de janeiro.
A reportagem conversou com o ex-ministro na tarde desta sexta-feira, 21, e o questionou sobre a declaração do presidente. Ele disse estar surpreso.
Além disso, o ex-ministro contou que o governo sabia da presença dele no Planalto. Conforme ele, as imagens internas do local são de sua central de monitoramento ou seja, do GSI. Desse modo, o governo já teria ciência da presença dele no local.
Gonçalves Dias depõe na PF
Hoje, o ex-ministro prestou mais de quatro horas de depoimento na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. O general chegou ao local às 9 horas da manhã e saiu pouco depois das 13h30.
Na quinta-feira 20, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que a PF ouvisse o ex-ministro, em até 48 horas, sobre a atuação dele durante os atos de vandalismo que aconteceram nos prédios dos Três Poderes.
Após o comparecimento, Dias reiterou que não tem qualquer responsabilidade nos atos de depredação.
O comparecimento na sede da PF é, para mim, uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que têm sido explorados na imprensa, explicou o general. Confio na investigação e na Justiça, que apontarão que eu não tenho qualquer responsabilidade, seja omissiva ou comissiva, nos fatos do dia 8 de janeiro.