Seleção tem vitória sem brilho e pouco a comemorar além de fim de jejum

  • 7 de setembro de 2024

O Brasil voltou às Eliminatórias após dez meses com um resultado importante, mas um desempenho ainda decepcionante. Sem brilho, a Seleção venceu o Equador por 1 a 0, na última sexta-feira, no Couto Pereira, com uma atuação que não aqueceu os corações na gelada noite de inverno em Curitiba.

Há pouco o que se comemorar além do fim da sequência de quatro rodadas sem vitória na competição.

Sim, foi possível notar ligeira melhora na saída de bola com a entrada de André no lugar de João Gomes. O ex-volante do Fluminense, aliás, foi o melhor jogador da Seleção, oferecendo combatividade na marcação e boas soluções para achar espaços com as bolas nos pés.

Mesmo assim, o Brasil manteve a sina de criar pouco. Nem mesmo os metros a mais de campo em relação a Copa América foram suficientes pra destravar o setor ofensivo, que teve lampejos no primeiro tempo e foi apático no segundo.

Sem um centroavante, a Seleção começou com bastante mobilidade no ataque. Rodrygo não guardava posição e ora caía para direita, tentando se associar com Luiz Henrique, ora ia para o lado oposto, invertendo com Vini.

Enfrentando uma linha defensiva do Equador com cinco jogadores, que recentemente ja havia criado dificuldades para outras grandes seleções, o time de Dorival Júnior tinha mais posse, rodava a bola de um lado para o outro, mas sofria para infiltrar na área rival.

Guilherme Arana tinha liberdade para avançar, enquanto pela direita Danilo ficava mais recuado, ajudando na saída de bola com Marquinhos (centralizado) e Gabriel Magalhães (na esquerda). Bruno Guimarães ficou ligeiramente mais avançado do que na Copa América, ao lado de Paquetá.

Se não dava para se aproximar do gol de Galíndez, a solução foi finalizar de longe. Em poucos segundos, Rodrygo saiu da ponta esquerda para o meio, conseguiu se desgarrar da marcação e colocou a Seleção em vantagem.

Até então o Brasil não jogava mal, embora não desse espetáculo. A partir do gol, porém, pareceu mais preocupada em manter a vantagem do que ampliá-la.

Afora um pequeno susto no último lance do primeiro tempo, em que Danilo e Marquinhos não conseguiram desarmar, e Alisson e Gabriel Magalhães evitaram o gol, o Equador gerou pouco perigo. Assim, o jogo ficou chato.

Dorival foi conservador nas substituições e não abriu mão de seu esquema tático. Todas as alterações (duas delas por questões físicas) foram de atletas de mesma posição e função.

Ainda em início de trabalho (fez apenas seu nono jogo), o técnico tem parcela de responsabilidade pelo desempenho aquém do esperado, mas ela precisa ser repartida também com os jogadores. Falta ousadia, coragem para arriscar.

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