Felipão revela segredos que fizeram Atlético-MG brigar pelo Brasileirão

  • 30 de novembro de 2023

 técnico Felipão é inegavelmente um dos grandes nomes do Brasileirão. Após início conturbado, com uma sequência de nove jogos sem vitórias, Scolari conduziu o Atlético-MG à disputa do título por meio de uma campanha espetacular, com apenas três derrotas em todo o segundo turno.

Apesar do ótimo trabalho, Felipão evita falar em título, muito pelo fato do Atlético não depende só de si para vencer o Campeonato Brasileiro. O técnico também recusa o rótulo de “craque” da equipe e o prêmio de melhor treinador do Brasileirão.

As declarações do treinador na coletiva pós-jogo, entretanto, revelam alguns segredos do seu trabalho que provam a sua importância na condução do Atlético à disputa do título. A seguir, veja quais são estes segredos.

ESTABILIDADE TÁTICA
Felipão demorou um bom tempo para conhecer o elenco do Atlético, montado por Eduardo Coudet, seu antecessor. Este pode ter sido um dos principais fatores para que o trabalho demorasse a engrenar. Nos últimos jogos, no entanto, o técnico encontrou um sistema ideal.

Se a maioria dos seus times atuavam no 4-2-3-1 nos últimos anos, neste Brasileirão o técnico passou a utilizar o 4-4-2 e deu liberdade para que Paulinho e Hulk se movimentassem e decidissem as partidas. A forma de chegar ao gol é a mesma de sempre: direta, com o mínimo de toques possível. O mérito do técnico, no entanto, é adaptar os jogadores a esse estilo, como contou o próprio treinador.

– Nós jogamos como nos últimos dez jogos: com um esquema bem definido taticamente. Dentro deste esquema, os jogadores me dão o que eu preciso em verticalidade e eles também estão jogando em suas características, e a gente vai adaptando ao estilo que a gente gosta. Por isso melhoramos no campeonato e estamos brigando por uma posição melhor.

BOM AMBIENTE
– Eu vou pegar o Rubens. Ele me atropelou, do mesmo jeito que atropelou (a defesa adversária) depois para fazer o gol. Então tudo bem, se ele me atropelar e fizer um gol, quero sempre ser atropelado.

Foi dessa maneira, aos risos, que Felipão comentou a queda sofrida durante a comemoração do segundo gol do Atlético. Scolari sempre foi reconhecido por dominar vestiários como poucos. No Galo, o treinador se colocou como mais um no meio dos jogadores, minimizando a hierarquia entre técnico e jogador. O resultado, segundo o treinador, é que o elenco se dedica, entre outras coisas, pelo seu comandante.

– É o ambiente e a alegria que todos estão sentindo. Eu faço parte dessa equipe, sou também um companheiro deles. Também mostrou a todos: nosso ambiente é muito bom. Todos se respeitam, mas tem a liberdade da brincadeira entre nós todos. E posso falar que é a minha equipe. Eles se dedicam por eles próprios e um pouco pelo seu chefe. Fico orgulhoso por isso – disse o treinador na sequência.

– Estamos orgulhosos dos jogadores que temos, do ambiente que possuímos, e que conseguimos dar a volta por cima. Atletas, direção, jogadores e comissão. A gente vai vendo um futuro melhor daqui para frente.

PREPARAÇÃO FÍSICA
Na visão de Felipão, o craque do Atlético no Brasileirão não é Hulk e nem Paulinho, mas a preparação física da equipe. Experiente, o técnico aproveitou a oportunidade e o bom momento para exaltar a sua comissão técnica no trabalho de condicionamento do time, ainda na linha de dividir os méritos pelo sucesso coletivo.

– O melhor da minha equipe, não só hoje, mas em muitos jogos, tem sido o preparo físico. O Cristiano (Nunes, coordenador de preparação física) tem feito um trabalho espetacular. Depois tem o Luquinhas (Gonçalves, auxiliar técnico), o Éder (Aleixo, auxiliar) e o Carlão (Pracidelli, também auxiliar) que fazem um trabalho espetacular. Eu vou coordenando tudo, mas quero dizer que os melhores foram eles.

Mais candidato ao título do que nunca, o Atlético-MG volta a campo no sábado (2), às 21h (hora de Brasília), para enfrentar o São Paulo no Mineirão.

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