Jovem que teve grave reação alérgica ao cheirar pimenta tem piora no estado de saúde

  • 14 de janeiro de 2024

A mãe de Thais Medeiros, jovem que teve grave reação alérgica após cheirar pimenta, disse que a filha teve piora no estado de saúde. Segundo Adriana Medeiros, a filha está apresentando muita febre, diarreia e secreções. Ela também desabafou sobre a angústia de ver a filha em situação delicada.

“Passamos o dia fazendo exames, colhendo sangue para tentar descobrir o que está causando tudo isso”, disse Adriana.

Thais começou a apresentar sintomas na tarde de sexta-feira (12). No dia seguinte, a febre persistiu, causando mais preocupação na família. Pelas redes sociais, a mãe da jovem aproveitou para desabafar sobre a situação da filha.

“Eu daria a minha vida em troca da sua, trocaria tudo só para ter você de volta ao nosso lado […] Estou de alma mutilada, coração dilacerado, meus olhos já não tem mais brilho e a minha vida sem sentido, mas continuo pedindo que Deus tenha compaixão e restaure sua vida”, desabafou Adriana.

A reportagem tentou contato com a mãe de Thais para saber se a causa dos sintomas foram descobertas, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

Thais foi internada em estado gravíssimo no dia 17 de fevereiro de 2023, depois de passar mal ao sentir o cheiro de uma ‘pimenta bode’ na casa do então namorado, localizada na Vila Jaiara, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Inicialmente, ela foi levada para o Hospital Evangélico Goiano (HEG), onde foi necessário reanimá-la. Em seguida, foi encaminhada para a Santa Casa de Anápolis.

“Ela estava com meus pais na cozinha, e entraram em assunto de pimenta. Então ela passou a pimenta no nariz e cheirou. A garganta dela começou a coçar e, logo em seguida, ela já foi perdendo as forças. E a levamos para o hospital”, explicou o namorado.

Ela já tinha histórico de asma. Segundo os médicos, a jovem teve um quadro de broncoespasmo grave causado pelo contato com a conserva.

Vídeos mostram o desespero do então namorado ao levar a jovem ao hospital. Segundo a mãe de Thais, Adriana Medeiros, ela nunca tinha tido um quadro grave de reação alérgica. Antes de Thais conseguir despertar no hospital, ela passou por uma diminuição gradual de sedação que servia para a proteção cerebral dela.

Logo nos primeiros exames, uma tomografia mostrou um edema cerebral. No hospital, a jovem teve uma parada cardiorrespiratória e chegou a ser entubada. A suspensão da sedação de Thais começou no dia 2 de março do ano passado. No entanto, inicialmente, ela não teve resposta neurológica.

Na ocasião, médicos disseram que Thais tem uma lesão irreversível no cérebro, explicando que ela poderia ter uma melhora, mas que não voltaria à total normalidade. Segundo a família, Thais acordou pela primeira vez da sedação depois de 20 dias internada.

Em evolução no tratamento, no início de abril, Thais conseguiu se sentar na fisioterapia, ingerir o 1º alimento (um iogurte) e tomar sol pela primeira vez desde que passou mal ao cheirar a pimenta. Ela foi transferida para o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer) no dia 9 de abril.

Thais recebeu alta da UTI dia 30 de abril e a visita das filhas pela primeira vez no início de maio, quando completou 80 dias de internação. Na expectativa de alta da trancista do hospital, logo no início de junho, a família da trancista começou a se preparar para montar uma espécie de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na casa onde moram para recebê-la.

Por meio de uma vaquinha online, no meio do mês, os familiares já tinham arrecadado R$ 166 mil, acima da meta de R$ 110 mil que foi estipulada. Desde o início, Thais teve diversas infecções. A volta dela para casa chegou a ser adiada devido a algumas delas.

Em julho, após complicações, a expectativa era que Thais passasse por uma cirurgia para a retirada de abscessos. No entanto, o procedimento foi adiado e depois cancelado devido a infecções e a troca de medicação para tratá-las.

Motivo de muita alegria para os familiares, Thais recebeu alta médica do Crer e saiu do hospital pela primeira vez, para continuar o tratamento em casa, depois de mais de 5 meses de internação no dia 1 de agosto. Quatro dias depois, ela retornou ao hospital e após ter febre e apresentar urina avermelhada.

Ela ainda foi para a UTI, tendo recebido alta no dia 14 de agosto, para tratar infecção e complicações respiratórias. No dia 7 de setembro, o hospital deu alta médica mais uma vez para Thais para que ela pudesse passar o aniversário em casa. Na época, a família comemorou o feito.

Em outubro, Thais começou a responder a estímulos durante as sessões de fonoaudiologia. Já em novembro, Thais teve crises de broncoespasmo em casa e a mãe precisou acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o resgate da filha. Já em novembro, ela começou a realizar um tratamento de neuromodulação, que realiza estímulos no cérebro, que foi um presente de um hospital da capital à jovem. Logo na primeira sessão, Adriana disse que Thais apresentou boas respostas.

“Ela teve respostas boas em algumas áreas e em outras não, mas eles [os médicos] vão continuar estimulando essas áreas que não tiveram estímulos”, explicou Adriana Medeiros.

Com G1

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