Morte de indígena por fazendeiros no sul da Bahia mobiliza o governo Lula

  • 22 de janeiro de 2024

Uma mulher indígena do povo Pataxó Hã Hã Hãi foi morta neste domingo, 21, em confronto com fazendeiros na Terra Indígena Caramuru-Catarina Paraguassu, no sul da Bahia. Maria de Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó, foi baleada e não resistiu aos ferimentos.

O irmão dela, o cacique Nailton Muniz, foi atingido no rim e passou por cirurgia no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga. Um fazendeiro foi atingido por uma flechada no braço. Outros indígenas ficaram feridos e foram hospitalizados, mas não correm risco de morte. 

Dois ruralistas foram presos, incluindo o suspeito de ser o autor dos disparos. Um indígena que portava uma arma artesanal também foi detido, de acordo com a Polícia Militar da Bahia.

Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, o ataque foi feito por um grupo autointitulado “Invasão Zero”, que tentava retomar a posse de uma fazenda no município de Potiraguá, em uma área ocupada pelos Pataxó no sábado, 20. Os indígenas reivindicam a área como de ocupação tradicional. 

Cerca de 200 fazendeiros da região se mobilizaram através de mensagens no WhatsApp e cercaram a fazenda com dezenas de caminhonetes. O grupo não tinha decisão judicial para reintegração de posse e decidiu tentar recuperar o terreno por meios próprios. 

Governo Lula

Uma comitiva do Ministério dos Povos Indígenas, liderada pela ministra Sonia Guajajara, embarca para a região nesta segunda-feira, 22. Em nota, a pasta informou que está dialogando com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, com a Polícia Federal e com o Ministério dos Direitos Humanos.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), publicou um vídeo nas redes sociais em que prestou solidariedade à família da vítima e a toda comunidade indígena. “Nós não aceitaremos qualquer tipo de violência como a ocorrida recentemente no sul da Bahia. Já estamos mobilizados para apurar e punir os responsáveis. Declaro aqui os meus sentimentos à família e a toda a comunidade indígena baiana e do Brasil, assim como o nosso compromisso com as investigações e a justiça”, declarou. 

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