Leila cobra punições severas após casos de Daniel Alves e Robinho: “Condenado tem que ir para a cadeia”

  • 23 de março de 2024

Presidente do Palmeiras e chefe de delegação da seleção brasileira nos amistosos contra Inglaterra e Espanha, Leila Pereira reforçou o pedido por punições severas depois dos recentes casos dos ex-jogadores Daniel Alves e Robinho, condenados por estupro.

Durante participação no Seleção sportv nesta sexta, a dirigente pediu punições severas em casos como esses. Daniel Alves, condenado a quatro anos e meio de prisão, teve aceito o pedido de liberdade provisória pela Justiça espanhola e pode deixar a cadeia mediante o pagamento de 1 milhão de euros (R$ 5,4 milhões).

– É um absurdo você cometer um crime, ser condenado, não estamos falando de um processo, mas de uma condenação. Não acredito que você combata a criminalidade sem a punição – e severa. Todos os crimes devem ser punidos de maneira severa, mas principalmente contra as mulheres – declarou.

– E o caso do Daniel Alves, volto a repetir, é um tapa na cara de todas nós mulheres. Se acontecer realmente o que estão noticiando, porque não conheço o processo, não sei se realmente pagando um valor ele vai ficar livre. Isto é um absurdo, passaporte para cometer um crime. Paga e você é solto. Isto não pode acontecer, mas não adianta eu falar, só. Todas nós temos que falar, peço a todas as mulheres, vocês da imprensa também têm responsabilidade. Não posso falar sozinha, não vou conseguir solucionar o problema da violência contra a mulher sozinha. Preciso de todos vocês.

– A pessoa tem que pagar, mas não financeiramente. Condenado tem que ir para a cadeia – resumiu.

Até esta manhã, Leila era a única pessoa na delegação da CBF que havia se pronunciado sobre o assunto. Mas na entrevista de sexta, o lateral-direito Danilo refletiu sobre machismo e sugeriu à entidade um trabalho de conscientização.

– Tenho uma responsabilidade grande, por ser mulher, por ser pioneira em vários aspectos, inclusive ser a primeira presidente mulher do Palmeiras, hoje a única na Série A e B. Tenho que me posicionar em determinados assuntos, como estes que envolvem o nosso gênero – disse Leila.

Além do caso de Daniel Alves, Robinho foi preso na quinta-feira, após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), para que ele cumprisse no Brasil a pena de nove anos de prisão dada pela Justiça da Itália, por estupro cometido em 2013.

O ex-atacante chegou ao presídio de Tremembé (SP) na madrugada de sexta e deve ficar três anos preso antes de progredir para o regime semiaberto.

– Eu falo, falo, falo, mas a gente precisa agir. Preciso que as autoridades se conscientizem. Não é possível que as pessoas não tenham empatia ao sofrimento destas meninas, de todas nós. Todo mundo tem mulher em casa, mãe, filha, esposa. Não é possível que não tenha empatia, não sinta o que nós sentimos. Mas para isso precisa ter punição e severa – reforçou Leila.

– O mundo do futebol é muito permissivo, é um glamour grande em cima de todos. Eu tenho a cabeça feita, não é o futebol que vai mudar, mas até pessoas amadurecidas mudam. É muita gente em cima, muitos interesses. Quem não tem a cabeça firme, por isso a importância do trabalho que fazemos na base, isto não vai acabar. Sem a certeza da punição, vai acabar nunca. Deixa as portas abertas para cometer o crime, pagar e ficar livre – completou.

Leila Pereira está com a delegação do Brasil no estádio Wembley, onde acontecerá o amistoso contra a Inglaterra, sábado, às 16h (de Brasília). Na terça, o jogo será contra a Espanha, às 17h30 (de Brasília), no estádio Santiago Bernabéu.

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